quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Novo CD de David Gilmour impressiona pela poesia subliminar

A caminho do Brasil para quatro apresentações em dezembro (São Paulo, dias 11 e 12; Curitiba, 14, e Porto Alegre, 16), o cantor e guitarrista David Gilmour promove na estrada o recém-lançado "Rattle That Lock", seu quarto álbum de estúdio.
Para o fã do Pink Floyd, o CD é um petisco mais apreciável que o derradeiro da ex-banda do músico, "The Endless River", lançado em 2014. Não é nenhuma obra-prima, mas é um álbum atmosférico, capaz de induzir estados d'alma similares aos provocados pela boa poesia.
Para começar, Gilmour - junto com a esposa e escritora britânica Polly Samson, letrista da maioria das faixas do álbum - foi buscar inspiração num poema para lá de  gótico. Trata-se do volume dois da obra clássica Paraíso Perdido, do  inglês  John Milton, que versa sobre a insurreição satânica contra a autoridade divina e a expulsão de Adão e Eva do paraíso edênico.
A mensagem aqui é a urgência de se viver intensamente o que resta viver, sem autorrestrição. Assim, o  álbum de Gilmour é uma ode à liberdade, a velha história de "o céu pode esperar".
O tema  impregna as faixas, ainda que a maioria não trate  exatamente dele. A coisa funciona mais como um conceito implícito, entranhado nas estruturas das melodias e nos arranjos climáticos. Mais explícita, evidentemente, é a capa, que traz uma pintura de pássaros sinistros libertando-se de uma gaiola (Rattle That Lock significa em inglês algo como "sacuda a tranca") e escapando por um céu tenebroso.
Na verdade, David Gilmour vinha compondo estas canções por mais de dez anos (seu último álbum solo de estúdio, On an Island, saiu  em 2006), sem compromisso com uma temática unificadora. Neste ínterim, Polly andava envolvida com a produção do seu romance The Kindness, também inspirado na mesma obra de Milton.
Blues surrealista
David Gilmour é um bluesman sofisticado. Sua guitarra geme com as mesmas notas lânguidas típicas do delta do Mississipi. Mas, muito por conta do seu comprometimento com o cerebralismo musical do Pink Floyd,  ele desenha paisagens quase surreais com ela. Há sempre uma propensão ao tom menor, uma melancolia recorrente e  uma nostalgia insistente. Esses elementos repetem-se à exaustão em  Rattle That Lock, mas não com pouca beleza.
A música por trás disto, mesmo derivativa, previsível, cumpre a função de climatizar, de fornecer estrutura sensível a conceitos imaginários. O começo do disco não poderia ser mais floydiano, com a guitarra de Gilmour cutucando notas agudas esparsas, sobre uma textura climática ao fundo. Instrumental, 5 A.M., a música em questão, foi construída sobre as quatro notas que se ouvem nas chamadas sonoras do metrô de Paris.
A Boat Lies Waiting também é totalmente floydiana - aliás, parece que Gilmour não faz a menor questão de se distanciar de sua antiga banda, ainda que ele a tenha decretado extinta em uma entrevista recente. Na canção, um piano fluídico sustenta as harmonias vocais, que contam com o suporte luxuoso da dupla  David Crosby e Graham Nash.
Faces of Stone é profunda e exala uma relativa gravidade. Com seu arranjo semiacústico e o andamento de vai e vem, é quase uma valsa.
A faixa mais arrebatadora é In Any Tongue, uma melodia aguda pontuada pelo piano. A canção expande-se de forma contagiante no refrão.  A letra contrapõe o amargo ao doce:  "Nenhum açúcar pode trazer doçura a esta xícara / Eu sei, tristeza tem o mesmo sabor em qualquer língua".
Mas há atalhos menos densos dentro da névoa conceitual do disco. A faixa título, por exemplo, sustenta-se sobre um groove despretensioso, um contraponto pop à poesia  subliminar que permeia a obra. No entanto, é obviamente nela que o conceito do álbum mais se evidencia: "Até logo pecado, adeus caos / Se houver um céu, ele pode esperar". Ou: "Sacuda a tranca / livre-se das correntes". É a revolta do ser criado, que quer liberdade, contra os códigos morais.
Balanço semelhante vai sacudir Today, já quase no final. Estas inflexões funky rompendo as camadas sobrepostas de música extrassensorial revelam a não intencionalidade, a princípio, de uma amarra temática no conjunto da obra. Antes, o tema amolda-se ao material pré-produzido.
Se há algo pouco esperado no álbum, vem do jazz. O gênero insinua-se com suas texturas alquebradas no meio da marcação quadrada de Dancing Right In Front of Me. Mas na leve The Girl in The Yellow Dress ele desfila sem subterfúgios: é uma melodia ao estilo do cancioneiro norte-americano, de arranjo rigorosamente acústico, que cairia bem na voz de um Tony Bennett.
Rattle That Lock sai também em formato boxe de luxe, que reúne, além do CD, um DVD com registros de apresentações, pôster, livreto com  letras, uma paleta de guitarra com a grife de Gilmour, um envelope de carta antigo com um cartão postal e uma réplica em inglês do livro dois de Lost Paradise (O Paraíso Perdido), de John Milton.

Fonte:Eduardo Bastos

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Rattle That Lock novo álbum de David Gilmour

Veja a tracklist de Rattle That Lock:
“5 AM”
“Rattle That Lock”
“Faces Of Stone”
“A Boat Lies Waiting”
“Dancing Right In Front Of Me”
“In Any Tongue”
“Beauty”
“The Girl In The Yellow Dress”
“Today”
“And Then…”

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Sonho Realizado




Sonho realizado, vou no show de David Gilmour em São Paulo,no dia 12 de Dezembro 2015.
Sempre fui louca pelo Pink Floyd,ja fui no show de Roger Waters em PA 2012 e foi maravilhoso e sei que do David Gilmour vai ser melhor ainda,pois sou muito fã dele e apaixonada pelo seu solo,suas musicas e suas voz de veludo!!


domingo, 11 de outubro de 2015

OS ACORDES PSICODÉLICOS DE DAVID GILMOUR

David Gilmour, um nome de peso na história do rock, sinônimo de revolução, de evolução, de criatividade e talento. O show do ex-guitarrista e vocalista doPink Floyd está marcadíssimo para Dezembro, passando por São Paulo, Curitiba e Porto Alegre.